Já lá vai mais de um ano desde a última vez que dediquei atenção a este blogue. A vida de estudante é complicada, muito preenchida, nem sempre com os passatempos mais construtivos, mas enfim...
Aos 20 anos de idade começo a compreender o conceito de aproveitar o tempo. Começo a compreender que ele é precioso, e bastante limitado, ainda assim, por vezes comportamo-nos como se não soubéssemos disso. Por vezes dou por mim a pensar o quão triste é desejar poder voltar atrás alguns anos. Estou a ficar velho
Por falar em tempo, já me tinha esquecido do quanto gosto de escrever aqui. De facto é o único sitio onde ainda consigo desenferrujar o português, já que no curso é só mandar cruzes. Já não vinha aqui há tanto tempo que o site que alojava as imagens do fundo e das tabelas fechou e eu nem sequer sabia disso, não fosse a única pessoa que ainda se lembrava que este blogue existia ter-me alertado para tal facto...
Pessoa essa que consegue preocupar-se mais com a minhas coisas do que eu, bem mas falo mais dela noutro dia, por hoje é tudo.
Quando se fala em melhor jogador do mundo, imediatamente associa-se-lhe um nome, mesmo havendo inúmeros desportos, com inúmeros jogadores de elevadíssima qualidade, é opinião unânime de qualquer europeu minimamente consciente que o melhor jogador do mundo é o tão falado madeirense, Cristiano Ronaldo. Gostava de o ver a jogar ténis contra o Frederico Gil para ver se de facto era o melhor jogador do mundo...
De facto, nos últimos tempos, o melhor futebolista do mundo tem sido a "mina de ouro" da comunicação social portuguesa. Telejornal já não é telejornal sem se pronunciar o seu nome que a toda a hora martela a cabeça dos portugueses. Surpreendentemente, e aliás, nunca pensei dizer isto, mas concordo, acho muito bem! Estão a fazer um bom trabalho e passo a explicar porquê.
Um ser humano, com pouco mais do que a minha idade, movimentar mais dinheiro do que muitos bancos, ou até alguns países, representa um autêntico atentado a qualquer réstia de sentido de decência, justiça e bom-senso da humanidade. É uma pura e simples vergonha e uma ofensa a toda e qualquer pessoa que trabalha e/ou viva com dificuldades. É, ao lado do holocausto nazi, o exemplo perfeito da decadência que a mente humana pode atingir. É uma atrocidade tal que não tenho mais palavras para descrevê-la.
Toda e qualquer pessoa que habite neste planeta e que veja com bons olhos o nosso bem amado "crack" lusitano não apresenta qualquer espécie de moral para criticar o que quer que seja. Não pode criticar a falta de avanço na medicina na descoberta de curas para várias doenças, de entre elas o cancro e a SIDA por exemplo. Não podem criticar a evolução lenta das energias alternativas que nos poderiam proporcionar uma solução para o aquecimento global, e como tal não podem criticar o "espectacular" clima que estamos a ter neste verão. Não podem criticar o fosso económico entre ricos e pobres, que força muitos dos últimos a enveredar por uma vida de delinquência para não passar fome.
Isto porque todo o dinheiro que um puto inconsciente recebe apenas por saber dar uns toques na bola, e por trabalhar 90 minutos por semana, podia ser empregue nas áreas que já referi e em muitas outras, o que nos proporcionaria um amanhã melhor a todos. No entanto isto é mais uma prova de que a raça humana consegue atingir um ponto de podridão extrema, no qual prefere alimentar o seu prazer instantâneo a prolongar e melhorar a sua existência. Parece que é nesse sentido que estamos a evoluir.
Por isso acho muito bem que a comunicação social esteja sempre a falar dele, pode ser que assim cada um de nós abra os olhos, olhe para as coisas com olhos de ver, e reflicta um pouco. Somos nós que permitimos que isto aconteça, nós que o alimentamos e continuamos. Temos que agir contra isto.
Para desviar um pouco este registo pesado, deixo-vos aqui um pequeno jogo para se distraírem um pouco. Toda a gente conhece, é o jogo das diferenças, consiste em encontrar sete diferenças entre a imagem da esquerda e a da direita, fiz uma compilação de algumas imagens, espero que consigam encontrar as diferenças.
Para terminar, lembro-me de ter visto uma entrevista com Cristiano Ronaldo na qual ele afirmava que não sabia quanto dinheiro tinha, e tinha até medo de saber. Fiquem com uma pequena ideia da quantidade de dinheiro que estive para aqui a falar, é que com ordenados destes é fácil para qualquer um perder-lhe as contas (especialmente quando só se tem a quarta classe):
"...o madeirense vai passar a receber 42 cêntimos por segundo, 25 euros por minuto, 1.504 euros por hora, 36.111 euros por dia e 1.083 milhões de euros por mês. (...) alguém que receba mensalmente mil euros - com subsídio de Natal e de férias perfaz 14 mil euros ano - teria de trabalhar quase 78 anos (seguidos) para receber aquilo que Cristiano Ronaldo vai passar a receber... por mês. Isto é, duas vidas de trabalho. Mas se quisermos ir mais longe, isto é, fazer contas pelo ordenado mínimo em Portugal - 450 euros mês -, para receber aquilo que o madeirense vai auferir por mês teria de trabalhar... quase 194 anos seguidos."
Era uma vez um rapaz. Isto não seria nenhuma história se não houvesse também uma rapariga. E para além destes dois havia ainda, como em todas as histórias reais ou fictícias, o resto do mundo. Girando no seu eixo, indiferente às nossas duas personagens, por isso também indiferente a esta história. A sua irrelevância só é quebrada pelo facto de ser este a proporcionar o encontro entre o rapaz e a rapariga. Muitos chamar-lhe-iam coincidência, outros destino, as nossas personagens chamaram-lhe atracção. - Adoro os teus olhos pretos. São diferentes, eu gosto de tudo o que é diferente - diz a rapariga com um sorriso nos lábios, olhando os olhos do rapaz a escassos centímetros.
E tudo parecia perfeito, até à fracção de segundo antes dela acabar esta mesma frase, no qual todos os neurónios da cabeça do rapaz gritavam: mas os meus olhos não são pretos! E no entanto, apesar de saber que não o eram, não o desmentiu, limitou-se a sorrir também, aceitando aquela perfeição fingida que ela lhe oferecera. No dia seguinte o sol entra pela janela, penetra pelas cortinas, ele acorda, e a primeira coisa que faz é olhar-se nos olhos ao espelho: - De facto não são pretos - murmura.
Embora lá no fundo houvesse sempre uma vozinha a repetir estas mesmas palavras que ele próprio acabara de proferir, a cada dia que passa a voz parecia falar mais baixo, o rapaz convence-se cada vez mais de que talvez os seus olhos fossem mesmo negros. Chegaram os dias em que a voz já não se ouvia na cabeça dele, ele era feliz agora que tinha olhos pretos. Não é que a nova cor dos seus olhos o fizesse feliz, mas antes o ter outra pessoa que os adorava assim.
E ficaram os dois juntos. Até que um dia, numa manhã idêntica a todas as outras em que o sol entrava pelas cortinas daquele quarto acordando as duas pessoas que se escondiam debaixo dos lençóis, os olhares de ambos cruzaram-se. Ela ficou com um ar surpreendido olhando fixamente os olhos do rapaz. Quem visse poderia pensar que o corpo da rapariga ficou petrificado, e seria verdade se tomássemos como excepção a sua boca, da qual, com dificuldade, saem as seguintes palavras: - Mas os teus olhos não são pretos...
O rapaz ficou sem jeito, as suas faces ficaram anormalmente rosadas. Ele olha desesperadamente para o fundo do quarto evitando olhar para ela, como que a querer esconder a sua vergonha, escondeu também as palavras, talvez com medo. Medo de se envergonhar mais? Medo de dizer algo que não devia? Medo de não ser compreendido? Medo da reacção dela? Medo que ela o aceitasse assim? quem sabe...
O que é certo é que no final, a história acaba, e se antes tínhamos duas personagens, agora temos apenas um rapaz, não o mesmo com que começámos, temos outro, diferente, magoado, outrora feliz, que olha com os seus olhos castanhos escuros para o passado e depois para o mundo e vê a rapariga tornar-se como este último, indiferente (mas não irrelevante).
Já lá vai algum tempo...Tenho a dizer que vida de estudante não é fácil, de entre noitadas, saídas, cafézinhos, convívios, dormidas, conversas, aulas, descanso, Seia, estudo ocasional e férias não é fácil arranjar espaço na agenda para muito mais, e este blog acaba por ficar de fora.
E nesta altura seria de todo impossível tentar recuperar. Tentar colocar neste cantinho internáutico tudo aquilo que eu gostaria de ter colocado, não por falta de espaço, mas por falta da outra dimensão desta nossa existência. Demorar-me-ia tanto a traduzir tudo em palavras que meus dias acabariam e nem a meio do tratado eu chegara.
No entanto não me abstive totalmente de escrever, e ainda redigi umas quantas folhas desse tratado. Algures perdidos no portátil estão alguns desses gatafunhos que escrevi ao longo desta ausência, eram opiniões, vivências, histórias, mas acima de tudo, meios de catarse. A ideia inicial era publica-los, talvez um dia o faça, mas quando acabei verifiquei que ficaram muito pessoais (pode ser que num futuro longínquo alguém esbarre neles e perca cinco minutos da sua vida a passar-lhes os olhos em cima, até descobrir que não têm qualquer utilidade e voltar à sua rotina diária nada enriquecida graças aos mesmos).
E, de entre todas as palavras que digitei penso ter chegado a várias conclusões: 1 - A vida é demasiado curta para não se acordar todos os dias com um sorriso e vontade de a viver. 2 - Devo agradecer todos os dias a vida que tenho. 3 - Aproveitar as coisas boas de cada dia, porque amanha todas acabam. 4 - As escolhas são o mais importante. 5 - Há segundas oportunidades, mas a segunda nunca é igual à primeira.
Ao reler estas palavras recordo-me que por várias ocasiões já tinha lido algo parecido, ah! lembrei-me agora da sexta: 6 - A bater com a cabeça na parede é que se aprende.
Sei que depois de lerem estas palavras o vosso amanhã será exactamente igual, porque no passado eu também já as li e fiquei na mesma, a única utilidade delas é afirmar que eu já me apercebi disto, e mais tarde ou mais cedo toda a gente se apercebe.
Para amanhã só desejo a mim aos meus, e porque não a vocês também, podermos todos acordar. E que esse acordar seja com um sorriso nos lábios, e que os olhos se abram apenas para contemplar as maravilhas que Deus criou...(tal como esta música XD)
Silence 4 - To Give
You're asking again I told you before (Estás a perguntar outra vez eu já te disse) The beautiful smile hides the troubled soul (O lindo sorriso esconde a alma problemática) Sad faces influence so easily (Caras tristes influenciam tão facilmente) I already have enough of that inside of me (Já tenho o suficiente disso dentro de mim)
So funny (Tão engraçado)
You're still around after all these years (Continuas por aqui depois de todos estes anos) Ran away so many times, always ended up here (Fugi tantas vezes, acabei sempre aqui) Could not ask for a thing from you (Não podia pedir por uma coisa de ti) All you gave me I afforded to loose (Tudo o que me deste dei-me ao luxo de perder)
You see... (Vês...)
It's all too sad for me... (É tudo tão triste para mim) It's too hard for me... to believe (É muito difícil para mim, acreditar)
It's too painful for me (É muito doloroso para mim) It's so hard for me... to give (É tão difícil para mim, dar)
Too scared to jump, too dumb to fly (Amedrontado de mais para saltar, muito burro para voar) What side is stronger on this double-faced mind? (Qual lado é mais forte nesta mente de duas faces?) I make lies all day to keep the pain away, away, away (Faço mentiras todo o dia para mantêr a dor longe, longe, longe) God knows my sins are already too big to pay (Deus sabe que os meus pecados já são demasiado grandes para pagar)
Even the tears I forget the taste (Até do sabor das lágrimas me esqueci) Maybe I should try to lick them off your face (Talvez devesse tentar lambe-las da tua cara) And though I do try the best that I can (E ainda assim eu tento dar o melhor que posso) You had to be me to understand (Terias que ser eu para entenderes)
That... (Isso...)
It's all too sad for me... (É tudo tão triste para mim) It's too hard for me... to believe (É muito difícil para mim, acreditar)
It's too painful for me (É muito doloroso para mim) It's so hard for me... to give (É tão difícil para mim, dar)
Bem tenho assistido ao grande directo que a cadeia de televisão SIC está a efectuar. Tenho ouvido os jornalistas a darem as suas opiniões baseadas nas imagens que são captadas pelas câmaras. Então pensei, porque não dar a minha opinião também? Então a minha teoria é a seguinte: Os dois assaltantes foram atingidos pelos atiradores especiais da polícia (como foi dito na TV). Aquele assaltante que vestia calças de ganga e camisola às riscas cor-de-rosa e brancas levou um tiro acima da linha dos ombros e ainda conseguiu disparar um terceiro tiro em direcção à policia que até se vê nas imagens como uma nuvem de fumo. O outro assaltante, menos enérgico, levou um um grande "headshot" e ficou logo lá estendido no chão. O refém que ficou ensanguentado, segundo o jornalista foi atingido por estilhaços dos disparos, mas eu aposto cinco euros com ele de que foi o terceiro tiro que o atingiu. O outro sequestrador deve morrer e o refém fica bem. Bem pareço o Mestre Alves a falar.
No jornal do meio-dia de amanhã já vou saber se tenho jeito para ser médium ou se fico cinco euros mais pobre.
